segunda-feira, 25 de março de 2019

O risco da perfuração de poços artesianos.




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O risco da perfuração de poços artesianos.

Artigo de Dirceu D’Alkmin Telles, consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT)
A escassez de chuvas acabou por despertar a busca por fontes alternativas de água. Em meio a algumas iniciativas louváveis, surgem outras que causam preocupação. É o caso da grande maioria dos poços artesianos perfurados atualmente.
Mesmo com a fiscalização do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a maioria absoluta dos poços é clandestina e opera de forma inadequada, o que pode contaminar aquíferos, particularmente quando são desativados. Em Ribeirão Preto, conforme o Plano de Saneamento Básico do município há 82 poços nessas condições que afetam o Aquífero Guarani, reservatório subterrâneo com capacidade de 37 milhões de quilômetros cúbicos de água que ocupa áreas no Uruguai, na Argentina, no Paraguai e, principalmente, no Brasil.
Poços clandestinos também expõem a população a graves problemas de saúde. Sem prévia análise técnica, corre-se o risco de se utilizar água proveniente de aquíferos de solos contaminados. Esse tipo de comprometimento é o principal limitador de empreendimentos imobiliários no Estado de São Paulo. A descontaminação é trabalhosa, demorada e inviável economicamente.
A exploração excessiva compromete os níveis dos aquíferos. No caso Aquífero Guarani, o Programa Estratégico elaborado por pesquisadores dos quatro países em 2009 aponta a perda de capacidade como resultada da extração em níveis superiores à recarga e propõe a restrição à perfuração de poços.
Ainda assim, a alternativa se populariza entre condomínios. Boa parte da capital paulista situa-se sobre o Aquífero São Paulo, que ocupa cerca de 1.000 km² que abrangem ainda Guarulhos, São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes e outras cidades. Sua vazão ideal é de 2,8 litros por segundo, podendo chegar a 11 litros por segundo. No caso de um condomínio que possua 100 apartamentos, cada um habitado por cinco pessoas, o consumo giraria por volta de 100 mil litros diários.
A água de reuso pode atender a fins menos exigentes quanto à qualidade e, dessa forma, reduzir o consumo da água tratada, que deve ter como destino usos mais nobres. Um projeto nesse sentido deve priorizar o tratamento de água que já foi usada ou o aproveitamento de águas de chuva. Um projeto de reúso deve considerar, primeiramente, a qualidade da água a ser reutilizada e a qualidade exigida pelo futuro aproveitamento. Esta questão deverá definir a metodologia (processos de tratamento) a ser aplicada no tratamento e o seu custo.
(fonte: aecweb)



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