quinta-feira, 16 de julho de 2015

Plano de Contingência da crise hídrica é 'papelório inútil', diz Alckmin



Represa Atibainha, na cidade de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, que integra o Sistema Cantareira, na sexta-feira(26)  (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o Plano de Contigência, que vai orientar como os prefeitos da região metropolitana devem agir na seca em caso de desabastecimento da população, é um "papelório inútil".
"Vai ser entregue. É outro papelório inútil. Pra quê? Só pra gastar dinheiro público porque não vai ser aplicada Contingência nenhuma. Nós vamos atravessar o período seco sem nenhum rodízio, mas o Brasil é um grande cartório. Tem que fazer papel, gastar dinheiro pra ficar na gaveta pra todo mundo ser cobrado", afirmou Alckmin durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo, no início da tarde desta sexta-feira (3).
O plano já foi concluído, mas não foi apresentado para as prefeituras. O documento é uma exigência dos 39 municípios que compõem a região metropolitana e integram o Comitê de Crise. Com a previsão da Sabesp em mãos em caso de abastecimento, os prefeitos irão encaminhar às Câmaras dos seus respectivos municípios um projeto de lei para multar o consumidor que desperdiça água.
"Vai ter um Plano de Contingência, mas não vai ser utilizado porque não vai faltar água embora muita gente torça", afirmou Alckmin. No entanto, o governador não informou quando será entregue aos municípios.

Atraso

O Plano de Contingência deveria ter sido entregue às prefeituras no fim do mês passado, no entanto, isso ainda não ocorreu.Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria do Estado de Recursos Hídricos, o texto foi consolidado somente no último dia de junho porque ainda faltavam contribuições de algumas cidades.

A versão final do documento será apresentada ao Comitê da Crise, em reunião "a ser convocada para os próximos dias, conforme a disponibilidade de agenda dos seus membros", como prefeitos e secretários, de acordo com o governo. Ainda não há data para o encontro.
A criação do Plano de Contingência para a região metropolitana foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin em fevereiro, mas os detalhes do documento não foram divulgados até o momento. O governo afirma, no entanto, que não pretende colocar em prática o plano porque conseguirá garantir o abastecimento de água "com racionalidade".

Saneamento

Nesta sexta-feira (3), o governo de São Paulo assinou um contrato de financiamento para quatro projetos para o aumento da produção de água de reuso e tratamento de esgoto. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai investir R$ 48,3 milhões e a Sabesp aplicará mais R4 12 milhões, totalizando R$ 60,3 milhões de recursos.
A Sabesp diz ter desenvolvido uma técnica de produção de água de reuso para aumentar o fornecimento para indústrias e serviços. Com a instalação de membranas ultrafiltrantes em containers vão aproveitar o esgoto tratado e transformá-lo em água de reuso de acordo com a qualidade exigida por cada cliente.
A empresa também promete acabar com o mau cheiro do esgoto nas estações de tratamento com uma solução que mistura casca de coco, brita e turfa (material de origem vegetal). Dentro do equipamento, bactérias transformam o gás sulfídrico, que é o principal responsável pelo forte odor, em outros gases sem cheiro.
O terceiro projeto de saneamento será a transformação de lodo de esgoto em asfalto através de um processo de superaquecimento com o uso de uma tocha de plasma. A máquina será instalada na estação de tratamento de Barueri, a maior da América Latina, vai eliminar 15 toneladas de lodo por dia. Outro tratamento para a redução do lodo do esgoto, mas em volume menor, será uma espécie de estufa para secagem que ficará exposto ao sol.
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